10. Castidade Conjugal: Para se disciplinar o Amor
Amar é integrar em nós aquilo que, de outra forma, rejeitaríamos. Através dessa integração, que respeita profundamente sua própria corporeidade, o casal consegue não separar a função unitiva e procriativa da relação sexual. Isto significa, portanto, capacidade de renúncia: renúncia a todo tipo de contraceptivos que o casal poderia utilizar para evitar a procriação.
Somente isso? Claro que não! O casal, antes de tudo, deve poder conseguir renunciar ao egoísmo de cada um para poder não perder a função unitiva da relação sexual. Certamente é esta renúncia a mais falha de todas, a mais difícil de alcançar!
Somente renunciando ao egoísmo, à busca da satisfação sexual para si, ou, de toda forma, a uma vivência fechada em si mesma da sexualidade, o casal poderá alcançar a função unitiva da relação e poderá estar à altura da função procriativa da mesma.
O fato que a procriação possa ser alcançada imediatamente, o fato que em si mesma não necessite de mais nada do que o elemento biológico da união sexual, isto a torna um dom a ser custodiado através da responsabilidade: não pode ser um convite a viver a sexualidade a partir do instinto, mas pelo contrário, isto abre aquele espaço vazio que pode ser preenchido de responsabilidade e amor.
É porque o ser humano é frágil, e sujeito a sofrer as
consequências de sua fragilidade, que toda relação humana pode ser preenchida
de amor, amor que é a capacidade de cuidar, de querer e realizar o bem, de
elevar a própria situação do ser humano do nível da fragilidade entregue a si
mesma, ao nível da maturidade plena que desenvolve realmente todas as
potencialidades minimizando toda dinâmica autodestruitiva.