10. A Bíbila como caminho na história do homem com Deus – Antigo Testamento 

08/07/2017

De acordo com os estudos atuais o percurso histórico que a Sagrada Escritura abraça segue estas grandes etapas:

A partir do 1800 aC - Inicia a época dos Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó. Abraão é considerado a primeira personagem realmente histórica na cronologia bíblica. Com ele nasce e se desenvolve o núcleo primitivo do povo de Israel que se identifica a partir de um Deus misterioso que entra em relação com o homem.

De 1650 a 1250 aC - é a época em que Israel vive a complexa e dramática experiência da escravidão no Egito. Ao mesmo tempo que o povo cresce e se desenvolve, também sofre opressão e não pode que clamar incessantemente ao seu próprio Deus a libertação.

Entorno de 1200 aC - Deus escuta o clamor do povo e através a grande figura de Moisés conduz o povo através da longa peregrinação no deserto à Terra Prometida. É ele o interprete chave da Vontade de Deus e legislador por excelência que moldará toda a experiência religiosa de Israel. Uma vez entrado da Terra de Canaã iniciará a fase crucial da transformação do povo de nômade a sedentário, se constituindo como um complexo de tribos unidas através de grandes figuras de liderança, os juízes que herdarão a antiga autoridade de Moisés e de Josué.

1030 aC - inicia com Saul a fase monárquica de Israel, no começo da qual, a figura do rei Davi representará importante referência messiânica para o futuro. Ao mesmo tempo, esta nova etapa do povo de Israel continuará semeada pela experiência da infidelidade do povo e do rei à Lei de Deus, continuamente chamados à conversão pelos profetas que encarnam a autoridade espiritual de Moisés. Também é nesta fase que inicia a se estabelecer a tradição escrita da experiência religiosa do povo de Israel depois de quase mil anos de tradição oral.

933 aC - Após o reinado de Salomão, marcado pela construção do Templo e a implantação de todo o culto que o filho herdeiro do rei Davi cuidou de impulsionar, já unidade do reino de Israel é comprometida e sofre a divisão entre Reino do Sul, chamado o Reino de Judá com capital Jerusalém, e o Reino do Norte, chamado Reino de Israel com capital Samaria. Trata-se de uma época de progressivo enfraquecimento interno que conduzirá o povo de Israel a experimentar mais uma vez a dominação estrangeira.

722 aC - Destruição do Reino do Norte por parte do Império Assírio, com deportação e dispersão de grande parte da população. A partir dos remanescentes iniciará a se configurar a nova tradição religiosa dos samaritanos, que por isso sempre será considerada heterodoxa pelos judeus.

597 aC - Destruição de Jerusalém e sucessiva deportação do povo judeu em Babilônia. A experiência dramática do exílio será oportunidade fundamental para despertar uma nova e mais orgânica visão e consciência religiosa por parte de Israel. É nesta época que será completada a redação final do Pentateuco e de importantes livros proféticos.

520 aC - Mais uma vez a misericórdia divina que sempre conduz a história se manifesta de uma forma providencial através o imperador Dário que concede a volta do exílio ao povo judeu e a reconstituição do culto em Jerusalém, com a reconstrução de um pequeno templo no lugar do primeiro Templo de Salomão. Nesta época refloresce o interesse pela Lei e o estudo das Escrituras de forma que novos textos são aos poucos incorporados na tradição religiosa do povo.

285 aC - A partir desta época será redigida em Alexandria do Egito, a famosa versão grega das Escrituras por obra de setenta e dois sábios (dita a tradução dos Setenta: LXX). Será esta tradução, que incorpora outros livros ausentes no cânon hebraico e diretamente escritos em grego, a constituir o futuro "Antigo Testamento" da Bíblia cristã. Também é nesta época que surgiram novas figuras de liderança religiosa, os fariseus, escrupulosos intérpretes das Escrituras que tanto lutarão contra Aquele que é a própria Palavra de Deus feita carne.

167 aC - Novamente o povo judeu, pequeno e quase insignificante, diante dos grandes impérios experimenta a dominação que traz em particular um fortíssimo desafio a nível religioso. É este o período helenístico, marcado por dramáticas lutas pela independência, que coloca Israel a confronto com o mundo grego antes e sucessivamente com o mundo romano.

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